[PastOFF] Rebeldia sem causa nos anos 50

Por: Leonnardo Monteiro.

Anos 50 foram os anos dourados do cinema com grandes obras vindas dos anos 40 e seguindo um estilo um tanto comum, porém o filme “juventude transviada” ou melhor dizendo "Rebel without a cause” que particularmente prefiro no nome em inglês, pois  acho que se vende melhor. Enfim, o filme é feito de conflitos de ideias de um jovem “rebelde” que  no fim só quer chamar atenção.

Esse filme é um grande marco não somente pela história original da época, mas pela ação, pela atuação do grande James Dean e a namoradinha da América, Natalie Wood.  Duas estrelas que foram como um cometa. James, para os íntimos, Jimmy, foi um dos poucos atores  que realmente se envolviam 100% com seu papel, pois ele estudava profundamente e dava tudo de si. Natalie Wood certa vez até afirmou para uma revista Norte Americana: ”Todos nós fomos tocados por Jimmy, e ele foi tocado pela grandeza”.

Contudo, Natalie não fica atrás e sem dúvidas ela foi uma das atrizes mais lindas de todos os tempos, pois até chorando a mulher era bonita. Isso não é somente beleza, mas um charme e um jeito simples de atuar que cativa quem a vê. Morreu de forma misteriosa, fala-se que uma cigana falou para ela evitar à água, pois podia morrer afogada, e desde então evitou, contudo, Wood foi passar o fim de semana junto de seu marido Wagner e o ator Walken. Houve uma discussão entre eles. Ela deixou o convés e foi para à cabine principal, e então pouco tempo depois, Wagner teria ido lá na cabine, mas não a viu. Ela teria subido ao convés para lançar à água um pneumático e foi nesse local que foi encontrada afogada.

Essa mistério ainda se estende, pois todos tinham bebido e ninguém sabe ao certo o que aconteceu, porém já foi feito um documentário meio filme com esses relatos oficiais e não oficiais, a verdade que ninguém sabe ao certo o que aconteceu com essa jovem atriz. Já James Dean não foi um cara assim com mistério, contudo morreu muito cedo e fez sucesso depois de sua morte. Morreu em um acidente de carro no qual partiu sua coluna e nunca mais houve alguém assim tão espontâneo no cinema com uma dedicação absurda como desse grande ator.

Já que falamos um pouco dos atores principais, agora vamos falar um pouco do filme. Esse filme traz um pouco dos conflitos de todo jovem que na época não trazia assim com tanto destaque. Se você observar bem, James Dean rouba a cena, pois o filme tem tantos momentos emocionantes, mas o Jim Stark (personagem de James Dean) é o ponto no qual se dá mais atenção pelo modo irônico de ser, pelo jeito playboy, afinal o cara tinha tudo e ainda assim era revoltado. E ainda tinha a risadinha dele. Eu me identifico com ele, acho bem peculiar, dizem que minha gargalhada é meio diferente então vejo a dele também sendo diferente me sinto quase um James Dean. (Risos)

Posso dizer que o nome do filme podia ser diário de um playboy, contudo entendo que ele queria ser durão e bem diferente de seu pai “barriga branca”, um verdadeiro pau mandado da mulher. Suas atitudes são mais assim para realmente chamar atenção, porém seu pai não se toca e sua mãe não entende. A preocupação está focada no que os outros pensam, e esse é o grande lance dos conflitos em comum em toda família, sendo rica, ou, pobre.

Nos anos 50 vivia-se com muita censura em tudo, pode-se observar que o cara não podia nem pisar no escudo do colégio que estava no chão. Ter uma opinião diferente você sendo adulto já era complicado e sendo jovem adolescente era muito pior, até mesmo para os riquinhos da década quanto mais para pobres nos quais nem aparecem no filme.

Curto o estilo bad boy fake, aquele que não gosta de ser chamado de covarde, que no inglês eles chamam de Chicken (galinha) . Creio que o personagem do Mcfly do filme, "De volta para o futuro" saiu desse filme "Juventude transviada", se você observar a roupa, o modo de ser e até mesmo o contexto família dá para ver um pouco disso, ou, pode ser mero acaso.

Tudo pode se transformar com o tempo sempre com uma partida de uma ideia original, juntando com algo de sua mente, esse é o lance para fazer algo que prenda sua atenção. Particularmente a parte dos carros saltarem do penhasco acho muito original e incrível, era praticamente “Veloz e furiosos Noir”. A menina que sempre se apaixona pelo mais corajoso e isso pode parecer clichê, mas é uma verdade universal até hoje.

O garoto que não é amigo e se passa por amigo até ser realmente um amigo. Você, eu, ou, qualquer um já passou por isso. Um carinha mais novo na escola, ou, seu próprio irmão mais novo enchendo o saco querendo lhe imitar. Sempre acontece, porém mostra a obsessão desse modo de querer andar junto de ser igual, de ter uma família, pode virar algo doentio. Você tem sempre que encontrar seus caminhos, pode ter alguém como referência, sem fazer dessa pessoa um deus, afinal todos temos defeitos, e quando olhamos demais para os outros esquecemos de olhar para nós mesmos.

O que vemos em Jim Stark que no fim era um cara confuso, meio playboy , no qual só queria ter seu espaço e ser respeitado. Ora, quem não quer isso(tirando a parte de playboy)? Todos queremos nosso espaço e respeito.

Viajar nos anos dourados é viajar para o presente e para o futuro. Dentro desse passado vemos que não mudou muito em nossa vida, e na rotina... O que mudou foi o cenário e uma censura que antes era cruel, mas hoje ainda continua, contudo, ela está mais mascarada. Afinal os interesses mudam com o tempo, porém as ideias lucrativas continuam, e quando falo lucrativo não falo somente de grana, mas falo de lucros de conhecimento, lucros no sentido de monopólio...

Espero que busquem mais esse cinema noir, vejam e se divirtam, mas não deixem de comparar com a cena atual e poderão notar que o passado tá bem presente, contudo andam sendo esquecidos nos cinemas atuais e o senso de fantasia e liberdade que se tinha no passado.

Fiquem on e atá a próxima.